terça-feira, 26 de julho de 2011

Do que me dá gozo

Ontem toquei viola. Já não pegava nela, nem a tirava da mala, desde o Natal. Aprendi a tocar sozinha, já soube mais do que sei hoje e tenho pena. Adoro música! Já toquei clarinete, trompete (pouco) e viola, para além da flauta de bisel obrigatória na escola. Comecei a tocar de um dia para o outro, apenas a aprender acordes na net. A viola é um óptimo instrumento para quem gosta de cantar, como é o meu caso. Tive aulas de música durante muitos anos (enquanto toquei clarinete) e tenho mesmo uma queda para a música. Tenho um ouvido apurado, treinado e a capacidade de utilizar os ensinamentos na prática (ui tanta gabarolice...).
Ontem o marido só chegou a casa às 9 da noite e aproveitei para dançar, cantar e tocar, por esta ordem e misturando tudo. Em pequena descobri a música, tocada no meio de uma banda filarmónica. Nunca senti nada que se compare à força de estar no centro da música, de fazer parte daquilo, de ser responsável por um bocadinho do que se ouve. Sou daquelas pessoas que chora com algumas músicas, que chora a ver dançar, que fica com a alma preenchida com uma grande voz. As lágrimas correm pela face sem qualquer tentativa de controlo. É bom, muito bom.
Agora tenho outro desejo, aprender a tocar piano. Esse sim, O instrumento.

Quando andava no secundário tinha um colega, muito maluco por sinal (até já esteve preso por tráfico de droga) que tocava piano. Estavamos a fazer uma prova global numa sala que tinha um piano muito velhinho, que não devia ser usado há muitos anos. Ele acabou primeiro a prova (leia-se baldou-se) e sentou-se ao piano, na brincadeira. Ninguém esperava o que aconteceu. De repente começámos a ouvir uma linda música do Elton Jonh (já não me recordo qual), tocada com o coração... Lembro-me que ficámos a ouvir, de boca aberta (inclusivé a professora), sem reacção. Ele tocava com uma suavidade que enchia o peito. Acabou de tocar, levantou-se e saiu. Voltámos à prova, sem proferir uma palavra, com sorrisos por toda a sala. Foi um momento que ficou gravado na minha memória.