segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Para a minha Irmã

Tenho duas. São mais velhas que eu e a nossa relaçao mudou muito ao longo dos anos. Quando era pequenina era louca pela minha irmã mais velha, por quem tinha muita admiração e respeito, respeitava-a mais que aos meus pais, o que me levava a ter sempre receio de fazer asneiras. A minha irmã do meio era uma chata, com idade mais próxima da minha e feitio distante. Fui crescendo e fui conhecendo as minhas irmãs, aprendendo com elas, ouvindo raspanetes e críticas sem piedade, fui-me tornando no que hoje sou, muitas vezes (ou sempre) com a ajuda delas. Hoje já não admiro a minha irmã mais velha, respeito-a. Temos feitios e personalidades opostas, com muitas divergências e desentendimentos, estamos mais afastadas mas não deixamos de gostar muito uma da outra. A minha irmã do meio é o meu espelho. Somos muito parecidas, muito sensíveis e transparentes, somos as melhores amigas, tenho nela a pessoa que me compreende mais, por termos crescido juntas e por nos mantermos juntas sempre.
Sou uma pessoa de irmãs. Não posso viver sem elas, fazem-me falta, fazem-me bem, fazem-me perceber qual é o meu lugar, o meu potencial e os meus limites. Faria quase tudo por elas.

Por saber o que é ter alguém tão parecido connosco e tão próximo, chorei muito quando vi o filme "Para a minha irmã" no cinema, a minha irmã ofereceu-me o livro, e eu voltei a chorar. Acabei de o reler ontem e chorei mais uma vez. Porque é triste, porque nos toca cá dentro, porque fala de amor, o amor de irmãos, um amor diferente de todos e que só quem tem sabe de que se trata. Porque é uma surpresa, mesmo para quem já o conhece.


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