quarta-feira, 29 de junho de 2011

Angélico Vieira

Sempre que acontece alguma coisa horrenda, como a de que o Angélico foi vítima, a uma figura pública toda a gente fica chocada. Eu também fico. Dou por mim a pensar em tudo o que podia ter sido evitado com o simples cumprimento do gesto obrigatório e fundamental da condução de um automóvel, a colocação do cinto se segurança. Eu não consigo andar sem cinto, é uma sensação de insegurança inexplicável, muitas vezes gozada, mas que me garante que evito todo o mal que depender de mim.
Muita gente diz "e o jovem que morreu logo e a jovem que permanece internada em estado grave, ninguém se preocupa com eles?". Percebo e também me passa pela cabeça, mas aquilo que sinto quando vejo um jovem tão conhecido a passar por tudo isto é exactamente o mesmo de quando vejo alguém que conheço só de vista, ou que é próximo de quem eu conheço bem. O facto dele ser tão mediático fá-lo da nossa rua, nosso vizinho com quem nunca falámos. E ninguém fica indiferente, sem um aperto no peito, quando sabe que o nosso vizinho morreu num acidente estúpido, que perdeu toda vida que tinha pela frente. Não consigo imaginar a dor de toda a família e amigos que, para além da morte de alguém para eles insubstituível, têm que enfrentar todo "festival" que foi armado, os gritos dos outros, as perguntas sem sentido, a intrumissão, a falta de privacidade para fazerem o luto.
Sinto muito, pelo Angélico e por todos os que perdem a vida quando ela está apenas a começar...

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