Estamos a um pequeno passo de alugar a nossa casa de sonho a um preço que podemos pagar, em cima do trabalho. Os miúdos vão passar muito mais tempo connosco, não vão ser os primeiros a chegar e os últimos a sair da creche, vamos ter uma casa grande, uma moradia, com espaço para brincar, com espaço para criar uma hortinha, com muitos quartos. Vamos puder almoçar em casa. Quando o Manel nascer (que deve ser aproximadamente na altura da mudança) o marido vai puder estar muito presente, sem ter que descurar o trabalho. Eu vou puder dar-lhe mais apoio na empresa.
Seria perfeito, se isso não implicasse uma mudança drástica na vida do Afonso. A única coisa que não vai mudar são os pais. Casa nova, terra nova, creche nova, amiguinhos novos, educadores novos, mano novo.
Ao vê-lo feliz e adaptado à vida que tem, apesar de saber que vai ser cada vez mais dura para ele e que é incomportável daqui a 2/3 anos, fico triste. Triste por lhe tirar a estabilidade que tem, mesmo que essa estabilidade só exista aos olhos dele, porque não conhece outra realidade.
Eu tive uma mãe presente, estive em casa até aos 4 anos, depois comecei a ir para a pré-primária aos bocadinhos e não precisei de mais. Se pudesse dava-lhe esse conforto, mas o trabalho não permite. Ele não sabe que podia estar mais comigo e com o pai, mas podia. Muito mais. E é isso que lhe vamos dar. A ele e ao Manel.
Vai ser o melhor para ele, mas ele não sabe. E isso dói.
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