Bem, tenho tanta coisa para contar...

Vou começar pelo malvado, que apareceu no sábado (dia 28) para me tramar as férias. Como vos disse, fiz um beta hCG na sexta-feira e deu negativo, pelo que sabia que estava para aparecer. Veio estranho, muito forte e em jeito de hemorragia várias vezes ao longo do período. Desconfio que houve fecundação mas que o ovo não se chegou a implantar por ter o endométrio muito fino, daí o atraso, as hemorragias acompanhadas de uma coisa espessa castanha (desculpem a descrição)... Não sei. Amanhã vou fazer as análises hormonais e o marido vai fazer um espermograma (coitadinho...) para ver se temos tudo a funcionar. Este mês volto à progesterona para ver se o endométrio engrossa na segunda fase do ciclo. No Stress...

Quanto às férias, foram muito boas, uma semana de muita calma, ao espirito caboverdiano, aproveitei para namorar muito e foi uma segunda lua-de-mel (para o ano há outra, espero eu).

A ilha da Boavista é totalmente diferente daquilo a que estamos habituados, muita terra vermelha, bem ao jeito de África, muitos kilometros de areal virgem, onde aproveitámos para dar longos passeios pela manhã, manhã muito quente e tarde e noite frescas, com vento sempre a acompanhar (que de manhã até sabia bem). Comidinha da boa e em fartura, bebida aos molhos e muito luxo dentro do hotel, a contrastar com a pobreza enraizada de uma terra em que a água é dessalinizada e toda a comida vem de fora, por mar, a preços muito altos e nada compatíveis com o rendimento das famílias. Estradas novas e trabalho para todos os que querem trabalhar dão uma nova esperança a quem estava destinado a viver com muito pouco, o turismo começa a despertar, mas ainda se sente a pureza das gentes.

Comemos moreia frita num barzinho à beira-mar, confeccionada de forma duvidosa, mas com um sabor a delícia e a verdade. Um jantar de lagosta, em que esta se come como se de sardinha se tratasse, tal era a fartura. Muitos banhos de mar, nossos e daqueles que vivem em harmonia com ele, para refrescar ou, simplesmente, para tirar o pó dos caminhos. O sorriso na face de cada um, o olhar inocente da maioria, o "olá" fácil para desconhecidos e a calma nos movimentos mostram bem como ali se vive, em que a palavra de ondem é "Morabeza"...